O Que Estou Lendo?: A Assombração da Casa da Colina e Paula

A Assombração da Casa da Colina – Shirley Jackson

Eu geralmente sempre começo meus posts de O Que Estou Lendo com a história do meu interesse por aquele livro específico e nesse caso vai ser uma história bem longa. A Assombração na Casa da Colina apareceu na minha vida pela primeira vez comecei a ler Sempre Vivemos no Castelo, também da Shirley Jackson, que foi lançado no Brasil no ano passado, se não me engano, e que provocou certo barulho no lado do booktube que eu acompanho. Foi especificamente um vídeo da minha diva maior, a cultíssima Aline Aimée, que me fez pegar o livro pra ler na maior empolgação e enquanto ainda estava no início da leitura, comentei com um dos meus melhores amigos (e com certeza minha pessoa preferida pra conversar sobre livros) que estava lendo Shirley Jackson e ele entrou em um arroubou de entusiasmo por ela e pelo Assombração da Casa da Colina como eu nunca tinha visto. O livro causou uma impressão tão forte nele que ele chegou a escrever uma música inspirado por ele.

A leitura de Sempre Vivemos no Castelo como todos vocês sabem foi uma das melhores que fiz no ano passado e eu inclusive cheguei a favoritar o livro, então eu estava num hype de desejo insano pra ler Assombração. Mas a única edição dele publicada no Brasil tinha uns 30 anos e estava absolutamente esgotada em todos os lugares, o ebook pirata era péssimamente revisado, ao ponto de prejudicar a leitura e eu não tinha como dispositivos pra ler ebooks não-piratas, de modo que a leitura foi adiada por mais de um ano. Mas nesse ano começaram a acontecer várias coisas que contribuíram pra que a Shirley Jackson voltasse pra minha vida: primeiro, a mesma editora que lançou Sempre Vivemos no Castelo lançou Assombração, com o mesmo padrão de capa dura bonitinho; segundo, quase todos os desafios de leitura que eu me propus esse ano (e que falharam miseravelmente) envolviam esse livro e terceiro, a Netflix lançou uma adaptação em forma de série que está viralizando. Apesar de tudo isso, o livro ainda estava caríssimo, então tive que contar com a sorte de ganhar de um colega de turma que ajudei com o tcc um vale presentes pra uma das minhas livrarias preferidas no valor exato do livro e dar a sorte maior ainda de ele estar disponível em estoque. Então, como já não tinha mais desculpas e não queria que os pirangueiros da Netflix soubessem mais sobre essa história do que eu, comecei quase imediatamente a leitura.

Mas vamos ao enredo. A Eleanor é uma mulher na casa dos 30 anos que passou os últimos 10 cuidando da mãe doente. Depois da morte da mãe ela se sente finalmente livre pra viver tudo o que deixou de viver por sua dedicação exclusiva e sufocante ao leito da enferma. Com esse objetivo de viver o que não vivera antes, ela acaba aceitando o estranho convite de um doutor em filosofia para passar um período em uma casa com histórico de eventos sobrenaturais, em uma experiência para suas pesquisas. O doutor escolhera apenas pessoas que já tinham passado por alguma experiência sobrenatural anteriormente e Eleanor foi convidada por terem chovido pedras durante três dias sobre a casa onde morava na adolescência com a mãe e a irmã. Apesar das tentativas que sua irmã autoritária faz para impedi-la, Eleanor parte para a casa da colina, sentindo a liberdade que sempre sonhou.

Ainda estou bem no início, mas até agora o que deu pra perceber é que vai ser uma profunda imersão na cabeça da Eleanor. Ela parece ter uma imaginação muito fértil, que entra facilmente nos mais doces delírios, além de ter uma relação muito cagada com a família. O ritmo tem sido razoável, mas já tinha ouvido comentários de que o ritmo não era dos melhores mesmo. Espero que eu também sinta o entusiasmo do meu amigo mais à frente, mas vamos esperar pra ver.

Paula – Isabel Allende

O momento político do Brasil tem mexido muuuuito com a minha cabeça e renovado meu interesse em leituras sobre governos autoritários, que sempre foi um assunto que me atraiu. Paula não é exatamente um livro sobre governos autoritários, e sim uma memória da escritora Isabel Allende, prima de Salvador Allende, presidente do Chile deposto pelo golpe militar de Pinochet nos anos 70. Isabel tenta, nessa obra, reconstruir a sua história e a história de sua família para recontá-la à sua filha Paula, que entrou em coma aos 27 anos, sem que se soubesse que sequelas poderia ter caso acordasse. Ao recontar a saga dos Allende, Isabel reconta a história da América Latina e foi isso que me atraiu. Estou menos avançada na leitura do que em Assombração, então não tenho nenhuma opinião para dar ainda, exceto que já sei que vou sofrer como o cão por essa gente sofrida. Aguardem atualizações.

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